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Tecendo a vida

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Para não dizer que não falei de flores


Minha avó, em meados do século XX, dizia: "Que pena a televisão não ter cor!" . Eu, daqui do século XXI, penso: "Que pena a web não ter aroma!"...
Conclusão: Nós, humanos, estamos sempre querendo mais.
Que bom!

Um dos rituais da minha infância era a espera do florescimento das orquídeas. A grande árvore, rainha do quintal, hospedava as orquídeas em seu tronco. Na época da floração, meu avô e eu aguardávamos o desabrochar dos botões com um sentimento de reverência e expectativa.

Ah, as orquídeas! Ao contrário das rosas, margaridas e marias-sem- vergonha que, em sua organização, tinham sempre representantes em nosso quintal e jardim, as orquídeas floresciam juntas e únicas e, do mesmo modo aristocrático, davam por encerrada sua majestosa aparição. Seu ciclo_ não mais que duas semanas_ enchia toda a casa com o aroma inconfundível, exótico.

As cores, ricas em matizes, aos olhos de uma criança só poderiam ser atribuídas às Fadas da Floresta, guardiãs daquele pequeno pedaço de bosque, encantado sob a forma de um quintal. E o Guardião daquele reino, disfarçado em Avô, cuidava para que a Grande Obra dos seres encantados tivesse toda homenagem da qual era merecedora.



Um comentário:

Drika disse...

Lembro-me da grande árvore,majestosa,à direita do quintal(de quem adentrava),mas não lembro-me das orquídeas,infelizmente.Mas ainda guardo comigo as boas sensações que eu tinha naquele imenso quintal na minha infância.Dos abacates maduros que eu comi,das pedrinhas que uma vez atritadas soltavam fagulhas,das minhas andanças por lá,que na minha imaginação infantil fazia do quintal minha floresta particular.