SOMOS TECELÃS DE MUITAS FACES E CULTURAS, TECENDO HISTÓRIAS ATRAVÉS DOS TEMPOS.

Tecendo a vida

domingo, 28 de dezembro de 2008

Sobre sapatos e pés...


Estou chegando à chamada meia idade (o que isto significa, na prática, não faço a menor idéia). De concreto: mais fios de cabelo para cobrir com henna; a menstruação que se tornou criativa _ após décadas de regularidade, rebelou-se, e agora vem quando e como quer; um 'corpitcho' à la Bottero, com formas deliciosamente arredondadas.

O desejo de caminhar, contudo, permanece o mesmo... Ouso dizer, até, mais refinado. Urge, então, retomar a questão 'sapatos': qual o par mais adequado à esta etapa de vida? Como foi visto em postagem anterior, os de cristal, nem pensar ! Além de ter fabricação em tamanho único, incompatível com os pés de qualquer mulher, os graciosos se quebrariam na primeira esquina _ ou encruzilhada _ da vida.

Felizmente como contadora de histórias, tenho à disposição todo um repertório de sapatos arquetípicos. Então, vamos a eles:

Sapatinhos Vermelhos: Definitivamente não ! Apesar de gostar da cor, o fato de serem inhos já os exclui como objetos de meu desejo caminhante. Além do mais, embora goste de dançar e, modéstia à parte, seja o que minha avó costumava chamar de pé-de-valsa, o fato dos sapatos dançarem de forma independente da minha vontade torna-os incompatíveis com meu caminhar. Eu escolho a hora de dançar...e de parar.

Bota de sete léguas: Beeemm... Embora baixinha, sou bem mais alta que o Pequeno Polegar. Outra questão se coloca: e se o objetivo do meu caminhar estiver mais próximo? Digamos a apenas légua e meia ? Para que passos de sete léguas? Provavelmente passaria ao largo de todos os pequenos detalhes do caminho.

O que me torna, então, senhoras e senhores, a primeira contadora de histórias a reivindicar como arquetípicas as sandálias havaianas.

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