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Tecendo a vida

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O fio das missangas



Estou percebendo o infinito em uma gota d'agua, lendo o livro O fio das missangas, do moçambicano Mia Couto. Na livraria, abri o livro ao acaso e me deparei com o conto "A despedideira"; os primeiros dois parágrafos, que reproduzo nesta postagem, me instigaram... Vejam:

"Há mulheres que querem que seu homem seja o Sol. O meu quero-o nuvem. Há mulheres que falam na voz de seu homem. O meu que seja calado e eu, nele, guarde meus silêncios. Para que ele seja a minha voz quando Deus me pedir contas.

No resto, quero que tenha medo e me deixe ser mulher, mesmo que nem sempre sua. Que ele seja homem em breves doses. Que exista em marés, no ciclo das águas e dos ventos. E, vez em quando, seja mulher, tanto quanto eu. As suas mãos as quero firmes quando me despir. Mas ainda mais quero que ele me saiba vestir. Como se eu mesma me vestisse e ele fosse a mão da minha vaidade."

Não sei se quero tal homem. Mas se viesse assim, tão bem escrito... Sei não...

Ah, o Livro: Couto, Mia. O fio das missangas - contos. SP: Companhia das Letras, 2009.


Um comentário:

Fátima Campilho disse...

Quero este livro!
Tem selinho pra você!
Beijinhos